terça-feira, agosto 17, 2004

golpe do perfume

RESUMO:

Segundo um texto que recebi por email (várias cópias) e que está também disponível na internet (ver links abaixo) então roubando e violando mulheres a quem fazer respirar éter disfarçado de perfume em parques de estacionamento. Também o "Slavemaster" já matou 76 mulheres - até agora - contactando as vítimas pela internet e pelo serviço AOL que aliás não existe em Portugal.

Não percebi bem se o "golpe do perfume" e o "Slavemaster" estão relacionados.

OPINIÃO:

Não tendo nenhum detalhe evidentemente falso, fora a referência à AOL, toda a história me parece um pouco fora desta realidade. Como se poderia passar o descrito sem que nada transpirasse? Supeito de matar 56 mulheres à solta e nada nos jornais nem na TV???

Felizmente não foi difícil detectar que parte do texto são copiados literalmente de textos a circular desde 2000, como se pode ver em mais detalhe em:

http://www.snopes.com/horrors/robbery/perfume.htm

e

http://www.snopes.com/horrors/madmen/slavemas.htm

a versão portuguesa pode ter tido origem do "outro" lado do Atlântico, ver:

http://www.quatrocantos.com/lendas/95_perfume_eter.htm

mais LINKS: (cada link se copiado, dever sê-lo para uma única linha)

link1, versão "salvaguardada":

http://www.google.pt/search?q=cache:U-27PB-KT-YJ:lists.ist.utl.pt/pipermail/amb2006/2003/000167.html+%22golpe+do+perfume%22&hl=en&lr=lang_pt

link 2, versão "salvaguardada":

http://www.google.pt/search?q=cache:0w91dVdghVIJ:br.groups.yahoo.com/group/mocidade_ibcb/message/203+%22golpe+do+perfume%22&hl=en&lr=lang_pt

TEXTO:

recebido por email (recebido a: 17 Agosto 2004 02:01:10 +0100)

*** Início de citação (alguns elementos de identificação retirados)

----- Original Message -----
From: <...@....pt>
Sent: Monday, August 16, 2004 5:30 PM
Subject: Fwd: FW: Passa a tds os teus contactos!!!!]](fwd)
...
From: ... <...@....pt>
Reply-To: ... <...@....pt>
Subject: Passa a tds os teus contactos!!!!]]
Date: Thu, 03 Jun 2004 23:05:31 +0100

PREVINAM A VOSSA FAMILIA E AMIGAS, NÃO É DEMAIS.

Fui abordada ontem à tarde, cerca das 3.30pm, no estacionamento de um supermercado por dois homens que me perguntaram qual o tipo de perfume que eu usava.

Logo, se gostaria de provar um tipo de perfume sensacional que eles estavam vendendo a um preço deoferta. Provavelmente eu teria aceitado se não tivesse recebido um mail, algumas semanas atrás, avisando-me sobre o golpe do perfume.

Os dois homens permaneciam entre os automóveis estacionados, imagino que esperando que outra mulheraparecesse. Para uma senhora que ia em direcção deles, preveni-a que me haviam avisado que nos shoppings ou estacionamentos havia gente que te abordava paraoferecer-te "OLER" O PERFUME "que estavam vendendo mas NÃO É PERFUME, É ETER.

Quando se desmaia, eles aproveitam para roubar tudo o que se leva de valor e só Deus sabe que mais. Se não fosse o e-mail com que me avisaram, provavelmente tinha caído na tramóia.

Copia esta mensagem e envía-la a todos os teus amigos(as}, já que se consta que esta malta estáoperando em várias cidades.

Se uma pessoa com o nome de Slavemaster" a contactar por Internet,não respondam. Não falem com esta pessoa; não respondam nada às suas mensagens instantâneas oue-mails. Quem quer que esta pessoa possa ser, é o suspeito de ter assassinado 56 mulheres (até agora}, contactadas através da Internet. Por favor envia istoa todas as mulheres da tua lista e repassem-no. Este homem costuma aparecer em Yahoo, AOL, e continua até agora. Isto não é uma brincadeira! Por favor envia isto também aos homens...

Eles podem avisar outras mulheres!

*** Fim de citação

segunda-feira, agosto 09, 2004

Perora um senhor


RESUMO:

Um "novo" texto atribuído a Pacheco Pereira está a ser enviado por email, e a aparecer em diversos sites & blogs (ver abaixo links e texto).


OPINIÃO:

Desconfiei por não vir nada em sítios minimanente credíveis e/ou habituais (exemplo: http://www.abrupto.blogspot.com/ )

O suposto autor respondeu simpaticamente ao meu email, afirmando que a atribuição é falsa.


LINKS: (o texto de cada link deve ser copiado para uma única linha)

link 1:

http://online.expresso.clix.pt/interior/default.asp?id=24745723&wcomm=true

link1, versão "salvaguardada":

http://www.google.pt/search?q=cache:P68xlOCzUdcJ:online.expresso.clix.pt/interior/default.asp%3Fid%3D24745723%26wcomm%3Dtrue+perora+um+senhor+&hl=en&lr=lang_pt


link 2:

http://xxx.blogs.sapo.pt/arquivo/220409.html

link 2, versão "salvaguardada":

http://64.233.161.104/search?q=cache:Q50utqh7z8YJ:xxx.blogs.sapo.pt/arquivo/220409.html+%22perora+um+senhor%22&hl=en


link 3:

http://euasgataseospeixes.blogspot.com/2004/07/algum-ainda-tem-dvidas.html

link 3, versão "salvaguardada":

http://64.233.161.104/search?q=cache:rLENX0nUbV8J:euasgataseospeixes.blogspot.com/2004/07/algum-ainda-tem-dvidas.html+%22perora+um+senhor%22&hl=en


link 4:

http://alexandre-monteiro.blogspot.com/2004_06_01_alexandre-monteiro_archive.html

link 4, versão "salvaguardada":

http://64.233.161.104/search?q=cache:N4gvZMATCe0J:alexandre-monteiro.blogspot.com/2004_06_01_alexandre-monteiro_archive.html+%22perora+um+senhor%22&hl=en


link 5:

http://poiares-on-line.blogspot.com/

link 5, versão "salvaguardada":

http://64.233.161.104/search?q=cache:cRI7Pd2FLJoJ:poiares-on-line.blogspot.com/+%22perora+um+senhor%22&hl=en



TEXTO:

recebido por email:

*** Início de citação (alguns elementos de identificação retirados)

From: ...
To: ...
Subject: É bem feito . Os sinais estavam lá
Date: Sun, 8 Aug 2004 04:57:45 +0100

PACHECO PEREIRA NO SEU MELHOR ...

É bem feito. Os sinais estavam lá. As novelas. As intermináveis e desconchavadas novelas em que todas crianças frequentam colégios da Linha e são louras e precocemente parolas. As Lux e as Flash. O telejornal da TVI. O futebolês e a sua miríade de constelações e estrelas, as maiores, as menores e as anãs, os dirigentes, os agentes, os jogadores, as transferências e os treinadores de bancada e de café.

O 24 Horas e as suas manchetes sanguíneas e colunas rosa-choque. Os três diários desportivos. Os Big Brother's e as chusmas de indigentes que revelaram, geraram e adularam. Os caciques locais.

Felgueiras. Marco de Canaveses. A justiça, apoucada e achincalhada. A Alexandra Solnado e as conversas de Jesus com a cabritinha. As abstenções, galopantes. A política, trauliteira e lapuz. Os impropérios lançados a esmo, pelos carroceiros e pelas azêmolas que habitam o Parlamento e as autarquias deste país de norte a sul. Os deputados que o são porque dominam as concelhias. O triunfo da demagogia, a vitória fácil do populismo.

A farsa da Madeira, esse espectáculo pornográfico instalado há anos na Casa Vigia, onde perora um senhor anti-democrata e fascista, adulado por um dos dois maiores partidos portugueses.

A lenta agonia da Cultura. A asfixia da Ciência. A sangria, continuada, mortal, dos nossos melhores homens e mulheres, em demanda de melhores países, de outras instituições que os animem, que os reconheçam. A invasão obscena do betão em tudo o que é Parque Natural, zona protegida, Rede Natura, arriba fóssil, rio selvagem, orla costeira.

As oportunidades perdidas. O Alqueva. Os fundos de Coesão. O Fundo Social Europeu. Os subsídios à agricultura dados de mão beijada a pessoas que não sabem distinguir um cão de uma ovelha. Os jipes. Os condomínios privados. Os montes no Alentejo. As férias no Brasil e as festas no Algarve. Os milhares que provam, provado, o adágio que diz que quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem.

Os Ferraris do Vale do Ave. Os processos que prescreveram. Os jornais, as rádios, as revistas, as televisões que estão na mão de apenas três grandes grupos económicos. As campanhas eleitorais, pagas a peso de ouro, a troco não se sabe bem do quê. As negociatas. As promessas. As mentiras. Os impostos que iriam descer e afinal sobem. O emprego que iria subir e afinal desce. O IVA que já foi a 17% e agora é a 19%.

O Santana Lopes que passou do Sporting para a Figueira, da Figueira para Lisboa e de todas as vezes foi eleito. Democraticamente. E que foi alçado a número dois do PSD estando, por esse facto, na linha de sucessão para o cargo de primeiro-ministro.

E, quando tudo isso aconteceu, onde estávamos nós?

Na praia? No café? Na Ler Devagar, a folhear Heidegger? Em Londres, a admirar Buckingham Palace?

Não sei onde estávamos. Sei, apenas, que estávamos calados. E é por isso que é bem feito.

Demitimo-nos do dever de falar, de esclarecer, de protestar, de votar.E, se alguns, poucos, falavam, muitos assobiavam para o ar, como se não fosse nada connosco. Era sempre com eles, com os políticos. E estávamos errados: a política é nossa. A política somos nós que a devemos fazer, participando, votando, reclamando, exigindo.

Abstivemo-nos e as coisas aconteceram. Os factos surgiram e ficaram impunes. Os acontecimentos seguiram o seu curso, o barco singrou desgovernado, com os incapazes ao leme e os arrivistas a bater palmas. Agora que o impensável se acastela no horizonte, assim ficamos, aflitos, o coração nas mãos, a perguntarmo-nos: como foi possível? Como será possível?

E mais aflitos ainda ficamos porque sabemos: é possível. Pode acontecer.

Pode acontecer que Paulo Portas e Santana Lopes, dois parasitas do poder, dois demagogos, dois populistas, se enquistem em São Bento. Mesmo as eleições antecipadas, a ocorrer, poderão não o impedir. Mais : as eleições poderão até ser o impulso que necessita essa associação simbiótica contra-natura para se declarar vitoriosa. Bastam uma fotografias nas revistas do coração, uns beijinhos nalgumas feiras, uns ósculos nalgumas recepções, três ou quatro discursos ocos, cheios de sonoridade e de impacto televisivo, a aura de salvadores da pátria e dos bons costumes, e lá vai o povinho do futebol, dos morangos com açúcar e do 24 horas a correr às urnas, ungir o Sr. Feliz e o Sr. Contente com os louros do poder.

E, mesmo que não aconteçam eleições, a cartilha está igualmente traçada. Os impostos a cair. As festas para o povo pagas com o erário público, esse erário minguante que à custa de tanto e de tantos foi custosamente aforrado nos dois últimos anos. As promoções em catadupa, os Institutos Estatais criados por decreto, para promover os novos boys e criar novos empregos efémeros. Os gastos à tripa forra para contentar taxistas, sindicatos, peixeiras, comerciantes, função pública.

Os saneamentos. A ostracização dos críticos, dos descontentes, dos que se manifestam.

Tudo isto pode acontecer. Não só por dois anos, mas também por quatro. Ou mais. Até que o dinheiro se acabe ou até que vague o cargo de Presidente de qualquer coisa. Que até pode ser o do País, que a malta nem se importa muito.

Afinal, é fartar vilanagem!

*** Fim de citação